É que eu tenho essa mania de correr do tempo.
Fugir das
buzinas da cidade e das altas velocidades que me lembram que a vida passa.
Corro dos movimentos e dos espelhos.
Quero a vargem grande, a quase paralisada
bicicletinha da esquina, o burro de carga que anda pronto só pra um descanso.
Escolho a parte que respira, a que não se sente passada pra trás, porque só
caminha.
De costas pra tv, faço o favor de mentir pra mim mesma; assim não me
sufoco.
Ao passo que finjo que nada acontece lá fora, tudo pode acontecer aqui
dentro.
Então desenvolvo no silêncio e no escuro, onde a referência é só
palavra.
“Apenas aquele que
pode ver o invisível pode fazer o impossível.”